Vindicação sem épico no Metropolitan

Javier AspronSEGUIR, CONTINUAR

Atlético-City, um empate de alta tensão, terminou com uma briga espetacular que chegou ao túnel do vestiário. As brasas da briga final e o cartão vermelho de Felipe continuaram quando os jogadores deixaram o campo. Savic foi visto enfrentando Grealish, Vrsaljko jogando uma toalha em Laporte e Walker enfrentando como um touro de briga. Até a polícia teve que intervir para que o aumento de testosterona não fosse mais longe.

Foi um triste epílogo que veio marcado pela intervenção da UEFA. A incógnita que consumia o Atlético no anterior foi resolvida apenas oito horas antes do duelo. Até então a angústia apareceu. Nessa altura, o TAS comunicou ao clube rojiblanco a suspensão cautelar da sanção da UEFA que o obrigou a ter um encerramento parcial do campo e o dilema de suportar que já conta com 5.000 adeptos com entrada às portas do Metropolitano.

A sanidade prevaleceu e o Atlético pôde, pelo menos por enquanto, dar um suspiro de alívio. No final, ninguém precisou ser punido e o coliseu ficou lotado, incluindo os 3,600 torcedores do City escolhidos pelos torcedores dos colchões para pagar pelos danos. Quase ninguém acabou por notá-los entre a torcida rubro-negra que invadiu o estádio em busca de mais uma noite épica para recordar.

Às sete da tarde, horário combinado nas redes sociais, os torcedores aguardavam com expectativa na Avenida de Arcentales, local escolhido para receber e acompanhar o ônibus da equipe até o estádio. Primeira demonstração de apoio de uma ficção maltratada, que só na última semana teve que lidar com críticas ao jogo de sua equipe pelo que experimentou no jogo de ida, a derrota em Mallorca e o destaque mundial pela atitude de alguns em Manchester. O que aconteceu ontem também foi uma questão de vingança.

apito monumental

Houve sinalizadores e cânticos maciços enquanto o veículo passava, e a folia continuou dentro depois. "Orgulho, paixão e sentimento", lê-se no gigantesco mosaico que, enfeitado com 50.000 cartas vermelhas, brancas e azuis, acompanhou a saída dos jogadores para o campo de jogo. Koke, o capitão do navio, olhou com admiração e acenou com os braços para acenar para a multidão.

E sim, houve um apito para o hino da Liga dos Campeões. Não é novidade, sempre acontece, mas nunca tinha sido ouvido com tanta intensidade. Ele mal intuiu a pequena música, não importa quão alto fosse o volume. Foi a boa resposta ao considerar a enésima afronta à sua equipe.

O joelho no chão dos jogadores do City também foi saudado com apitos antes do pontapé inicial, mas com a bola rolando, quase que por mágica, tudo foi esquecido. Só importavam a contundência de Savic, o desenfreado de João Félix ou o orgulho incansável de Kondogbia.

Faltou, sim, aquele começo quase insano com que o Atlético enfrentou esse tipo de partida há pouco tempo. Sem essa explosão e com o desenvolvimento posterior da primeira parte, onde o City mais uma vez carregava o perigo mais claro, as pessoas ameaçavam esvaziar. Foi uma miragem graças àquele início enérgico do segundo ato que parecia que o suposto morto estava bem vivo. O Metropolitan rugiu com o desaparecimento de Griezmann aos 56 minutos e novamente com os dois chutes de Rodrigo De Paul.

Valeu a pena um gol para manter a esperança, o suficiente para que o ânimo não diminuísse, por mais que os minutos parecessem se desvanecer rápido demais. Houve também o estrondoso arreón final, com uma mensagem a Guardiola incluída, na qual os torcedores locais ficaram satisfeitos por ver o rival realmente sofrer. A noite terminou sem festa e sem semifinal, mas os torcedores rubro-negros, assim como seu time, levantaram a cabeça até o final e muito além. Muitos minutos antes do apito final, ninguém se moveu de seu assento e os cânticos e apoio aos seus jogadores continuaram.