Roubo de vinho no Coque: “Acreditamos que trabalhamos por encomenda. Vieram para garrafas específicas, embora não as mais caras»

O site do restaurante Coque oferece um tour virtual com todos os detalhes das instalações desta estrela Michelin em Madri. Um passeio tridimensional, com plantas e imagens em boa definição, que permite estudar em profundidade as salas, incluindo a adega. "Eles foram para o vinho", explicou ontem o seu moleiro Rafael Sandoval e co-proprietário do espaço com seus irmãos Mario e Diego, chef e chefe de mesa, respectivamente. Uma informação acessível a qualquer pessoa que pudesse ter ajudado os ladrões a irem directamente, sem levantar o menor alerta, a uma centena de garrafas avaliadas -àespera de parecer técnico- em 150.000 euros. “Verificando nosso 'estoque', são 132 garrafas, mas o número pode variar. A mesma coisa acontece com o valor financeiro, que pode ser mais ou menos”, disse. Standard Related News Não Prisão provisória para os dois detidos por furto de vinhos do restaurante Atrio ABC Foram detidos em julho, acusados ​​de furtar 45 garrafas no valor de 1.6 milhões em Cáceres à tarde, pelos Sandoval após encontrarem a porta de vidro do seu adega quebrada e algumas garrafas quebradas no pátio da cozinha. “Eles burlaram todos os sistemas de segurança. Temos o que há de melhor”, completou o sommelier. Foi precisamente por esse buraco que, segundo fontes precisas da Central de Polícia de Madrid, um grupo de homens encapuzados entrou no restaurante entre segunda-feira, 31 de outubro, dia em que encerra para descanso do pessoal, e anteontem terça-feira, feriado. A captação das imagens está na posse da Polícia. Não era o plano inicial à luz da tentativa de butrón que perpetraram na parede das instalações contíguas - uma farmácia na Calle de Fortuny, 12 - que dá para o piso principal do restaurante. Não conseguiram e optaram por descer pela janela dos fundos do imóvel até o pátio que dividem com a cozinha do Coque. O boticário, no número do Sr. Benítez Gascón e recentemente fechado por aposentadoria, responsável pelo covil de ladrões e um local seguro para recolher as garrafas. "Eles optaram por coisas muito específicas, não exatamente pelas mais caras", disse o prefeito de Sandovals. "Estamos ferrados" Rafael impôs-se como porta-voz da família enquanto esperava pela comunicação social que se reuniu à porta das duas estrelas, no número 11 da Calle del Marqués de Riscal. "Nós estamos ferrados. Não foi um roubo extraordinário, mas levaram coisas que faziam parte do legado da família”, afirmou. Entre eles, algumas coisas do Marqués de Riscal engarrafadas em plena Guerra Civil e no pós-guerra das que já não restam. “Eram garrafas que meus avós colecionavam e que tinham um valor sentimental enorme para nós. As suas colheitas muito velhas que nem guardam nas caves de onde vieram”, comentou. Rafael Sandoval, mordomo do Coque, na adega do restaurante @rafaelsandovalhuertas Além disso, levantará uma vertical de Petrus e várias garrafas de Château La Fleur, atrás do Bordeaux mais caro do mercado. “Pelo que eles levaram, acreditamos que eles trabalham por encomenda. Porque eles fizeram coisas estranhas como deixar uma vertical do Pingus intacta”, acrescentou. Também comprei um Château d'Yquem de 1983 e um do final de 1925, que é um raro muito caro. Com exceção de algumas garrafas quebradas em decorrência de alguma descoberta dos ladrões, o local não sofreu grandes danos e ontem funcionou tanto ao meio-dia quanto à noite. "Eles usaram um radial e uma maça, nada mais", explicou. Um local de culto A família Sandoval descreve este recanto, que tem visitado todos os clientes que frequentam o seu menu de degustação – ali decorre um dos espectáculos – como um “lugar de culto do vinho”. Nela encontram-se mais de 12.000 garrafas, com 3.000 referências nacionais e internacionais, e um depósito dedicado ao 'champanhe'. Entre outras raridades, guarda peças de valor inestimável como um garrafão com restos de uma bota que viajou de navio para a batalha de Trafalgar. Uma Jerez que os fundadores da González Byass compararam em 1.805. “Eles não pegaram. Foi a primeira coisa que fui verificar”, disse Rafael Sandoval. Demijohn Trafalgar, um xerez que viajou de barco para a batalha que o datou em 1805, no Coque A. A DELGADO Coke fez parte da história gastronómica de Madrid. Chegou a capital em 2017 da Humanes. Lá, três gerações levaram para o Olimpo o que era um popular refeitório fundado em 1956 pelos avós dos três irmãos. O local, também emblemático, já abrigou a boate Archy e o histórico restaurante Riscal, outrora templo do 'jet set' madrileno. Mercado negro em formação Não é o primeiro roubo desse tipo. Em novembro do ano passado, a Atrio, outra das duas estrelas Michelin de Cáceres, viu furtadas da sua adega 45 garrafas avaliadas em 1,6 milhões de euros. Aconteceu à noite, perpetrado por um casal de ladrões – uma mulher de 29 anos de nacionalidade mexicana e um homem de 47 anos com dupla nacionalidade romena e holandesa – que foram detidos no verão passado. Ambos estão em prisão preventiva. MAIS INFORMAÇÕES noticia Não Detidos na Croácia os dois autores do roubo de 1.6 milhões de euros em vinho do restaurante Atrio noticia Sim A garrafa de Château d'Yquem 1806, o roubo de uma bela história Entre as garrafas, uma muito especial um: Château d'Yquem ´Yquem de 1806, único no mundo. Em 2019, o DiverXo sofreu um roubo semelhante. “Acreditamos que trabalhamos por encomenda. Eles vieram para garrafas específicas, embora não as mais caras.