“Com meu cachorro Chesterton, meu filho aprendeu que a existência é efêmera”

Elvira Mínguez nasceu em Valladolid. Atriz e escritora, em 1994 iniciou sua atividade profissional no cinema com Imanol Uribe no filme 'Días Contados' pelo qual recebeu sua primeira indicação a Goya. Prémio que ganhou em 2005 por 'Tapas' de José Corbacho e Juan Cruz. Entre outros realizadores (Malkovich, Steven Soderbergh) e prémios, Elvira, uma mulher multifacetada, com uma carreira repleta de sucessos em diversos meios de comunicação, televisão, rádio, deu um salto e estreia-se como escritora com o seu primeiro romance 'A Sombra do terra' (Edit. Espasa).

—Elvira bebe Vênus para seu cachorro Chesterton. Pela foto ele parece muito bonito...

—Ele é como um ursinho de pelúcia. Chegou há dois anos e foi como uma noite de Reis Magos. Aguardamos a sua chegada com grande entusiasmo. Meu filho tem 13 anos e sempre achou que era bom para ele. Um animal de estimação não só lhes dá responsabilidade e carinho infinito, mas também os educa que a existência é efêmera. Em pouco tempo você vê crescimento, maturidade, vida adulta, velhice... E poder ver o processo da vida dessa forma natural é uma grande lição de vida.

—Além da família humana, Chesterton mora com um gatinho. Eles mantêm suas formas?

-Sim. Ela tem treze anos como meu filho, seu nome é Kanti e ela cresceu com nosso cachorro anterior, com quem tem um bom relacionamento. Quando Chester chegou ele fez a parafernália para eles se conhecerem. O relacionamento deles é um pouco especial porque ela realmente não quer brincar e ele a provoca.

—Quem escolhe os números?

—Kanti está atrás do filósofo Kant. Foi apresentado pelo meu marido, que na época estudava filosofia e Chesterton, por voto familiar.

—Chesterton, seus hobbies?

—Bulldogs são muito calmos e Chester segue a regra. Você tem um personagem maravilhoso. É um cão carinhoso e como necessita de muito contato físico se deixa abraçar e abraçar. E a praia o deixa louco.

—Chester se afasta da nossa conversa e Elvira fala comigo sobre seu trabalho. Que vivam os doces momentos?

—Estou em um ótimo momento. A segunda fase de 'Desaparecidos' foi transmitida abertamente (Telecinco). Vou começar a filmar com Daniel de la Torre a série 'Marbella', e estou imerso na promoção do meu primeiro romance 'A Sombra da Terra' (Edit Espasa).

—Como foi sua estreia literária?

—Foi publicado no início de fevereiro e é um mundo diferente para mim. Eu amo o mundo dos livros. Brinco e digo que meu marido é interpretação e meu amante é literatura.

—'A sombra da terra' é um título com muitas conotações. Você consegue convencer nossos leitores a ler seu romance?

—É uma história sobre mulheres, e ele escreveu os personagens que eu gostaria de interpretar. É a luta de duas mulheres, é um faroeste em Zamora em 1896. Não há tiros, mas é a luta pelo poder entre elas. Eles são poderosos, egoístas, ambiciosos e não param por nada. Essas são as características que geralmente são atribuídas aos personagens masculinos. É uma história que envolve porque não estamos acostumados a ver esses papéis em personagens femininas. Eu queria mudar isso.

—É um romance com muito apelo cinematográfico. Já pensou em colocar isso nas mãos de um diretor?

—Ela tem namorados, mas eu não tenho compromisso nem aliança. E se surgir, eu irei direcioná-lo. É um romance muito visual. Estou neste mundo há vinte e cinco anos e minha cabeça trabalha com imagens.

—Nós o vimos em diferentes registros. Você tem preferência por alguém?

—Sem dúvida, comédia. É difícil requer um sistema músculo-esquelético especial. Não tive muitas oportunidades de fazer isso e imagino que seja uma questão física. Risada. Quando fiz ‘Dias contados’, lembro que Carmelo Gómez me disse: “Esse elenco é maluco”. Mas eu também gostaria de fazer um musical.

—Algum novo projeto?

—Sim, quero convidar todos os leitores a lerem o romance e me procurarem nas redes e comentarem comigo. Aprendo muito graças à visão e interpretação das pessoas.