Scholz já está no ar e enviando corpo de combate Leopard para a Ucrânia

Determinado a que a sua voz seja ouvida em todo o mundo para que a sua causa não caia no esquecimento, o Presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, falou esta quarta-feira no Fórum Económico Mundial realizado em Davos e apelou à "rapidez" na tomada de decisões. para enviar ajuda ao seu país, segundo a AFP.

"A tirania avança mais rápido que as democracias", disse Zelensky, também em Davos, durante discurso gravado em vídeo e reproduzido na sede do fórum. “A mobilização do mundo precisa de mais velocidade do que a próxima mobilização militar do nosso inimigo comum”, acrescentou, sobre o Kremlin. “A Rússia precisou de menos de um segundo para começar a guerra. O mundo precisou de dias para reagir com as primeiras sanções”, denunciou, referindo-se à indecisão da comunidade internacional face a atentados como o sofrido em 2014, aquando da anexação ilegal da Crimeia.

O Presidente ucraniano fez estas declarações num contexto de agitação, já que a Alemanha também manifestou na quarta-feira a sua relutância em enviar corpo de combate Leopard para a Ucrânia, relação negativa que ocorreu na mesma semana em que a questionada ex-ministra da Defesa Christine Lambrecht apresentou a sua redução. Sucedido por Boris Pistorius, um social-democrata da Baixa Saxônia que criticou a invasão russa da Ucrânia assim que aconteceu, já que em 2018 advogou de forma mais exaustiva junto ao Kremlin e defendeu a retirada das sanções impostas à Rússia, conforme registrado na terça-feira no ABC. a correspondente em Berlim, Rosalía Sánchez.

ambiguidades

“Continuaremos a fornecer grandes quantidades de armas à Ucrânia, em consulta com nossos aliados”, disse o chanceler alemão Olaf Scholz na quarta-feira em Davos, referindo-se ao envio de artilharia, sistemas de defesa aérea e veículos blindados, mas deixando, no entanto, a colaboração com Leopardo 2.

Discurso de Zelensky em Davos

A intervenção de Zelenski em Davos AFP

Questionado sobre esta questão, conforme noticiou a AFP na quarta-feira, Scholz limita-se a afirmar que a Alemanha está entre os países que "mais fazem" pela Ucrânia. São afirmações que sem dúvida trarão um rabo, já que Berlim vem sendo duramente criticada desde o início da invasão em fevereiro passado por sua postura em relação ao Kremlin, por vezes considerada excessivamente morna. Nela, a imprensa registrou nos últimos meses as relações cordiais entre a ex-chanceler Angela Merkel com o presidente russo, Vladimir Putin, e sobretudo que o também chanceler Gerhard Schroeder presidirá o conselho de administração da petrolífera russa Rosneft.