Yolanda Pérez Abejón: "Com limites acima e abaixo só prejudica a maioria"

-Na Espanha. —Não há tradição de fazer grandes musicais, mas gostamos de entretenimento ao vivo. Temos precedentes como a zarzuela ou a revista. -Londres. —Percebemos que mais e mais pessoas iriam ver musicais mesmo sem ouvir a língua. Eles começaram tornou-se especialistas e exigiu qualidade. —Por que o sucesso de 'O Rei Leão'? "Se eu soubesse, faria outro." O que eu sei é que atinge todas as idades. Música, África, animais. A história que ele conta explica a todos nós. -Voce gosta? — Algo muito curioso me acontece, e é que cada vez que o vejo, e o vejo muitas vezes, transmite-me algo diferente dependendo do meu estado de espírito. —É uma atração de Madrid, como outro monumento. — Transcende o que é um musical. 80% do nosso público está fora de Madrid. Antes, as pessoas iam a Madrid e, aliás, tinham visto um musical. Agora as pessoas vão ver O Rei Leão e de passagem visitaram Madrid. É um destino em si. -Temporada 12. —Estamos quase nos níveis de 2019, mas isso é quase importante. Após a pandemia não conseguimos reabrir até que nos permitissem 100% da capacidade, porque sendo tão caro produzir não era rentável sem ocupação total. - Eles não enchem? —Nesta temporada vamos conseguir preencher de forma estável. — Madri vai se tornar Londres, com vários grandes shows musicais em cartaz por décadas? — Acho difícil, porque nosso mercado alvo é a população espanhola. Especialmente quando não é o original, mas uma adaptação para um idioma específico, as pessoas querem vê-lo em seu próprio idioma. 600.000 pessoas por ano vão ver 'O Rei Leão'. Outros 600.000 vão ver o restaurante musical que fazem em toda a Espanha. Londres ou Nova York têm milhões de pessoas em seu mercado de objetos. - Mercado em crescimento. — Sim, temos um público mais jovem do que os musicais nas cidades mencionadas. 60% têm menos de 35 anos. — Os mais puristas dizem que os musicais são cafonas. — Não somos uma ópera, mas a ópera não é para todos. Os musicais ajudam a envolver muitas pessoas na cultura. A ópera continua a ser apenas para alguns. Os musicais são mais fáceis, mais divertidos, mais abertos, não tão longos. Muitos jovens acessam a ópera por meio de musicais. — A situação política influencia uma empresa como a sua? — Influencia a estabilidade. Se você só fala de bagunça, essa é a imagem que você passa. — Pergunto porque a coisa da Ada Colau em Barcelona é um desastre. —Se não houvesse outros temas em Barcelona, ​​falaríamos de suas maravilhas, que são muitas. Sem ruído de fundo, podemos falar de todas as coisas boas de Madrid. —Você pode assistir a um musical de 3 horas quando está quente? -Não. Agora estamos tentando medir a temperatura em todas as áreas do teatro, porque não é a mesma. Atores precisam de frescor para atuar. Estamos medindo para saber como gerenciamos. "Que perda de tempo absurda." — No final, todos temos cabeça suficiente para alcançar nossos ombros em momentos difíceis e, neste caso, economizar energia. Fazendo uma tabula rasa, com limites acima e abaixo, você só consegue prejudicar a maioria. — É obsessão da esquerda entrar na vida dos outros. —Sem imposições, tudo é mais fácil de resolver, e ainda mais em um país como a Espanha, que se mostrou solidário. Contra o covid, nosso Fomos vacinar massivamente. Não precisamos que nos digam a que temperatura devemos colocar as coisas. —Inflação, recessão. — Estreamos 'O Rei Leão' em 2011, em plena crise financeira, e correu muito bem. É verdade que em tempos difíceis as pessoas reduzem os gastos com lazer: você sai menos mas com mais cabeça e procura qualidade. E tenho muita certeza da qualidade que oferecemos. -Otimista. -Qualquer. Eu vou ser. Talvez seja porque eu sou um otimista patológico. Nossos estão assustando mais do que qualquer outra coisa. No drama de rua eu não percebo. Sem antecedência. Sofremos muito nos últimos tempos.