"Isabel Pantoja cumpriu pena, esqueça a questão da prisão"

Antonio AlbertoSEGUIR, CONTINUAR

A carreira de Gloria Trevi é a de uma diva absoluta, mas com seus escândalos, seus altos e baixos, é também a de um Pássaro Fênix: "Às vezes saem penas da minha boca", brincou ela uma vez diante de María Casado. Cantor de canções que chegaram ao primeiro lugar nas paradas, quatro anos de prisão por um crime que não cometeu, a morte prematura de sua filha: sua vida é como uma boa novela. No dia 6 de agosto vai atuar com Mónica Naranjo no Starlite Festival, o que o deixa muito entusiasmado: “Conheço bem Marbella, mas sempre estive de férias. Depois de tanto tempo sem turnês ou shows, quero me entregar ao público espanhol”.

Com tantas mochilas nas costas, o artista se orgulha de transformar infortúnios em arte, então aproveitamos as letras de suas músicas para conhecê-lo melhor:

“O amor é um vício. Sou viciado em carícias.” Glória ri ao reconhecer que o seu é puro desejo de contato físico: “Não só de carícias, de ser apertada, de ter minhas costelas quebradas de abraços. Sou tudo ou nada, ou seja, só permito às pessoas que amo.

"Decote na frente, decote nas costas, mas só peço a Deus que não seja um criminoso, mas não vou ficar sozinho." Glória demora alguns segundos para responder, avaliando a resposta: “Exatamente. Mas o que eu realmente peço a Deus é que se ele for um criminoso, que pelo menos me ame. Que ele é um criminoso com os outros, isso não me importa. Concordo em registrar que seu primeiro marido, Sergio Andrade, foi condenado a 7 anos e 10 meses por sequestro, estupro agravado e corrupção de menores. Seu atual marido, o advogado Armando Gómez, enfrenta uma queixa por lavagem de dinheiro.

“Ensinando como se desculpar”. Perguntamos a Glória se perdoar é para covardes ou para bravos. É retumbante: “De bravo. Ambos dão e recebem. Tanto pedir perdão quanto ser perdoado. Já perdoei muito, mas só o fiz quando me pediram antes. O que eu não vou fazer é perdoar o babaca assim, enquanto o outro não reconhece a culpa. Não, porque eles não valorizam você. O que eu não gosto é viver com ressentimento."

Gloria trabalha com uma fundação que leva o nome de sua filha, Ana Dalai, que ajuda crianças nascidas na prisão. Da mesma forma, você é um fervoroso defensor da reintegração daqueles que cumpriram sua pena. É o caso de Isabel Pantoja, cuja história Glória conhece muito bem: “Ela cumpriu a pena, já se esqueceu da questão da prisão. Você não pode passar o tempo todo revirando o passado porque já sofreu o suficiente pelo tempo que passou dentro de casa. Não é justo que a estigmatizem. Mas, bem, para ela ainda é muito recente, eu vivi isso há 20 anos e alguns não me perdoaram. A ideia de vê-los cantando juntos, como toda a morbidez que isso acarretaria, não passou pela cabeça de ninguém: “Mas eu adoraria. Isabel é uma lenda, seria divino”.

pequeno e feliz

No Dia da Criança, Glória publicou uma foto carinhosa de uma menininha, com seu vestido branco, seu véu e flores na mão: “Aquela menina estava muito feliz. Tive uma infância muito legal. Meus pais não se divorciaram e eu era o mimado dos meus avós. Eles os amavam mais do que meus pais, porque eles eram muito generosos, me mimavam muito. Eu amo os animais. Eu tinha muita fantasia, eu dançava balé. Essa fase foi rósea, então as coisas deram errado." Glória era a mais velha de quatro irmãos, a quem submetia às suas brincadeiras excêntricas: "Às vezes eu fazia de menino e os vestia de menina, com meus vestidos e fazendo laços".

Gloria Trevi, quando criança, vestida de brancoGloria Trevi, quando criança, vestida de branco – ABC

Se Glória passar algum tempo no tempo e te encontrar novamente neste momento, não criaremos um aviso ou aviso: “Eu a observaria porque o efeito borboleta me assustaria. Eu não diria a ela 'você vai conseguir', eu a deixaria aprender sozinha, porque tudo o que aconteceu comigo, com todos os meus erros, foi importante para ser a mulher que sou agora. Errar, cair, levantar... Seria outra se tudo isso não tivesse acontecido." De qualquer forma, há uma mensagem para aquela menina na música 'Grande', que ela canta com Mónica Naranjo: “Algum dia eu vou crescer, agora que sou grande, rica, poderosa…”.

Mas os sonhos de Glória surgiram depois: "Foi na adolescência que comecei a pensar em ser alguém amada pelo público". E entre esse público, a artista deixa claro a quem deve parte de seu sucesso: “Devo muito ao coletivo gay. Temos uma ótima conexão porque depois de passar pela cadeia, saí com um estigma enorme. Apesar de provar minha inocência, eu estava marcado. Como a comunidade gay sofreu discriminação e rejeição, eles foram os primeiros a apertar minha mão para que eu pudesse me levantar. Eu nunca esquecerei aquilo."