Catalunha avança e propõe novo tipo de contrato para proteger pesquisadores da reforma trabalhista

A Catalunha lança uma solução gratuita para aliviar o efeito da reforma trabalhista aprovada pelo Governo e que afeta os contratos de milhares de pesquisadores. A ministra catalã de Pesquisas e Universidades, Gemma Geis, propôs a implementação de contratos específicos para projetos de pesquisa, após a reforma trabalhista aprovada pelo Congresso abolir o contrato de trabalho e serviço, que na ciência está vinculado à duração do projeto.

Geis quis avançar para a aprovação da lei estadual da Ciência, que prevê essa figura contratual, mas que ainda está em processo de elaboração: "Pedimos avançar para corrigir essa falsidade", especificou, relata Ep.

Segundo estimativas de seu departamento, com a atual situação legal, em 31 de março, até 70% dos contratos de trabalho e serviços dos Centros de Pesquisa da Catalunha (CERCA) e 50% dos centros de pesquisa vinculados às universidades catalãs -por Por exemplo, na Universidade de Barcelona (UB) haveria cerca de 3.500 contratos, segundo seus números.

“Você não pode trabalhar assim, sem qualquer cobertura legal ou segurança. O incidente é terrível. Denunciamos essa irresponsabilidade e esse mau governo”, enfatizou Geis.

Proposta de Decreto Real

Por isso, Geis enviou uma carta à Ministra da Ciência e Inovação, Diana Morant, na segunda-feira, anexando uma proposta de decreto-lei régio para adiantar a implementação desta figura contratual, porque "os dias passam e não parece aceitável esperar pela aprovação da lei”.

Geis sustentou que nos últimos dias reitores, gestores, pesquisadores e auditores de universidades públicas e privadas catalãs dirigiram-se a seus departamentos para compartilhar sua "preocupação e perplexidade" com a mudança introduzida pela reforma trabalhista.

Ele também assegurou que os governos basco e balear compartilham a preocupação e comemorou que a Generalitat, "liderando a resposta" a esta afetação da reforma trabalhista, transferirá sua proposta para o resto das comunidades autônomas. Assegurou ainda que o Ministério da Ciência e Inovação comunicou que não foi observado o impacto que teve no sector.

Da mesma forma, o ministério afirmou eliminar a taxa de reposição (o número máximo de contratos que um centro de pesquisa pode gerar, calculado a partir de aposentadorias e óbitos), que agora é de 120%. Este seria, segundo Geis, o "primeiro passo" para trabalhar pela mudança geracional, melhorar as condições de trabalho e garantir a estabilização dos investigadores catalães.