"É difícil parar jogadores como Vinícius, você tinha que procurar esses pequenos truques"

Tal como os restantes elementos do Rayo, Iván Balliu realizou um fantástico jogo na visita do Real Madrid ao Estádio Vallecas. Nos primeiros minutos apagou o atual campeão europeu com base na intensidade, muita pressão e ambição. Vai ficar arrasado com a reação dos blancos, que vão perder de vista antes do 1-0 inicial, e terá somado pontos importantíssimos na hora de saber garantir a permanência. Para o delírio do vale de Kas, a faixa esmagou Madrid.

Porém, dentro daquela grande atuação coral do time franjirrojo, a dura marcação de Vinicius pelo próprio Balliu, astro do Real Madrid que passou completamente despercebido no estádio Avenida de la Albufera, mais pendente de guerras pessoais do que de intenção de desarmar a defesa rival.

O duelo entre os dois rendeu uma ação polêmica em que o atacante brasileiro reclamou de um ataque do rayista. Um tapa que pegou a repetição na televisão, mas que tanto o árbitro quanto o VAR ignoraram e ele não foi penalizado.

No dia seguinte, em meio à alegria com que Vallecas acordou nesta terça-feira, Balliu passou pelo programa 'A diário', da Rádio Marca, para compartilhar seus sentimentos após a brilhante vitória sobre o Real Madrid. E às perguntas de Raúl Varela, ele se abriu sobre o intenso duelo com Vinicius.

"Truques" e "aquele outro futebol"

"É difícil parar jogadores assim, você tinha que procurar aqueles truquezinhos ou aquele outro futebol... Ele tentou ir forte, marcar território e também tinha na cabeça que a lista para o Brasil tinha saído algumas horas atrás... E tudo correu bem", confessou o jogador do Rayo Vallecano.

Sobre a possível bofetada do brasileiro, Balliu reconheceu o toque: “Se é verdade que eu dou, eu escovo um pouquinho a orelha e ele também vai exagerar. Tento me conter e paro um pouco com a orelha ou com a cabeça, mas sem a intenção de bater nele ou com violência, recebi mensagens me contando tudo, mas nada como pedir vermelho ou algo assim ».

Com a marcação de Balliu e sua posterior confissão, confirmaram uma tendência na LaLiga. Uma vez que os rivais já conhecem Vinicius e seu caráter vulcânico, capaz de enterrar sua inquestionável capacidade de ponta entre protestos e acertos de contas, torna-se comum que procurem esse lado obscuro do brasileiro.

Ancelotti, ciente do calcanhar de Aquiles de seu pupilo, tentou corrigi-lo e redirecionar seu comportamento em campo. Também alguns colegas que, mesmo durante os jogos, têm procurado conter a parte Hyde de 'Vini', para não perder a parte Jekyll, uma das suas melhores armas ofensivas nas duas últimas temporadas.

A influência da Copa do Mundo

Questionado se seus vizinhos do norte da capital poderiam ter se distraído com a proximidade da Copa do Mundo no Catar, o rayista pensou que "claro que influencia". “Você joga na segunda à noite, em um estádio minúsculo, com a torcida apertando muito. Não sei na cabeça deles que porcentagem eles têm de estar no Catar”.

Balliu atribuiu boa percentagem da vitória aos seus adeptos, "em Vallecas todos pressionámos muito", mas destacou o bom jogo que fizeram frente aos comandados de Carlo Ancelotti: "A sensação era essa, de que não nos chegavam e que em duas ações se adiantaram. E dizes ostras, é que este Madrid... é que faças o que fizeres, ganha. Mas o golo do Alvarito deu-nos força e fomos com tudo”.

Por fim, reconheceu que depois do que aconteceu na época passada, em que a equipa se desfez após um bom início de campeonato, não vão confiar uns nos outros por terem causado a primeira derrota dos merengues no campeonato: "Não vou enganá-lo... Depois de ganhar dados, olhamos para cima ou para baixo? Mas as lembranças da segunda rodada do ano passado vêm até você e no final você pensa que tem que olhar para o que tem que olhar”.